sexta-feira, 20 de abril de 2012

O JIMI MORREU, AGORA É: OLIMPÍADA DE “TODOS”


                               Um time genuinamente Valadarense, no Jimi! Foto: Edilene Nunes


Li uma notícia hoje que eu não sei por onde começar a falar dela, mas vou por partes que é melhor assim.
Os Jogos do Interior de Minas (JIMI) acabou. Agora é Minas Olímpica Jogos de Minas. O nome já não ficou bom, mas a expectativa é de um campeonato excelente. Segundo dados da matéria da Secretaria de Esporte, técnicos do Minas e Mackenzie ficaram muito felizes porque o importante é competir e os jogos serão para todo estado, não só do interior. E os técnicos do interior? O que será que eles estão pensando? Ou não os encontraram para dar declarações?

Para quem não conhece, os jogos sempre foram do interior porque é lá que existe a necessidade de movimentar os times, dar a oportunidade de competir. No início as cidades zelavam por formar seus times com pessoas da cidade, mas com o passar dos anos isso foi mudando e os municípios inscreviam equeipes inteiras com atletas de Belo Horizonte. O que sempre desnivelou a competição final. E olha que atletas nascidos na cidade, mesmo sendo federados, podiam jogar o JIMI.

<pra mim, isso já revela que o interior não está tão celeiro assim e o esporte não está tendo investimento para trazer talentos do interior para a base dos clubes de BH. O QUE NÃO É NOVIDADE NENHUNHA>

Se for pensar bem, jogaram uma tradição fora. Não que isso seja ruim para uns, mas para nós saudosistas e amantes dos esportes é lamentável ver o interior perder essa “regalia”, essa janela no esporte mineiro, que eram as duas etapas classificatórias. Abrir mais um espaço para os atletas da capital competir, ganhar mais uma medalhinha. É MAIS UM SINAL QUE A COISA NÃO ANDA BOA. Ou será que a prática esportiva não está atraindo tanto os jovens?

BESTEIRA MUITO GRANDE
Ficar justificando que irá aprimorar e revelar grandes talentos é mentira. O esporte em Minas já vem descendo ladeira abaixo faz um bom tempo, e quando falo em Minas, digo no interior mesmo, que já foi um excelente celeiro de atletas para todos os esportes do Brasil.
Os profissionais de outrora, apaixonados e entusiastas, caíram na real e viram seu trabalho desvalorizado por salários que mal chegavam a um salário mínimo.


REGISTRO AQUI A PERDA QUE O ESPORTE MINEIRO TEVE COM A SAÍDA DE EDILENE NUNES DO BASQUETE DE GOVERNADOR VALADARES. ELA NÃO MORREU, APENAS VIU ANOS DE SUA VIDA DESVALORIZADO E FOI EMBORA DE MINAS TRABALHAR EM OUTRA ÁREA.

Acho que deveriam investir em capacitação para técnicos do interior, formação de regionais que articulassem eventos para aguçar o interesse dos adolescentes e jovens a praticar esporte. Não temos grandes revelações.  Não temos investimentos nas escolinhas de base e quando digo investimento, digo primeiro a verba para o técnico ter sua dedicação total ao clube ou escola. Depois em coisa básicas como material esportivo para os treinos. Condições de pagar transporte para atletas carentes. Ter dois jogos de uniforme com numeração adequada para os atletas. E o principal: CONDIÇÃO DE COMPETIR!!! Colocar em prática o que aprendeu nos treinos.

ALTO RENDIMENTO
O Jimi sempre teve os melhores atletas do interior, mas nunca foi de alto rendimento. Essa aí é outra bobagem que é impossível deixar de pontuar.  Temos alguns polos esportivos no interior como: Uberlândia e agora Montes Claros. Mas nada que mude a realidade de um estado que tem 853 municípios.

SAUDADE
 Participei dos jogos desde novinha e só parei em 2007 quando rompi o ligamento do joelho (dia triste).
Jogando eu conheci gente desse estado inteiro. Conheci diversas cidades. Oh saudade! Fiz grandes amizades: Edilene Nunes, Lolô, Tulhão, Thaís Giovana, Oseiais, Marquinhos, Linete, Cristiane, Sílvia, Carol, Camila, Elaine, Andrea Lopes, TODAS AS MENINAS DE IPATINGA, Juliana Torres, Angélica, Aloma, e tantas outras pessoas que eu ficaria aqui escrevendo e sorrindo com as gratas recordações.

Nunca foi fácil. Para o esporte sempre mandam as doações, o que sobra. Sempre querem dar ajudinhas. Podiam é parar e ver que no esporte temos o caminho para combater a obesidade, a depressão, drogas, preconceitos e até mesmo apoio para uma educação mais eficaz.



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